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mil e uma pequenas histórias
31.5.03
 
Saber e ser (ao Luís)

249.

Foi um dos sábios mais aclamados do seu tempo e a sua obra é considerada por todos como um dos mais importantes marcos do pensamento filosófico, mas a sua frase mais conhecida e repetida continua a ser a que terá murmurado pouco antes de morrer: Só sei que nada sou!

250.

Era uma vez um homem que escrevia direito por linhas tortas. Não gostava de falar de si mesmo, não tinha quaisquer certezas e não queria ser escritor, limitava-se a ser um homem e a escrever ficção. Conheci-o bem e posso garantir-vos, sem qualquer sombra de dúvida, que sabia quem era.
 
30.5.03
 
PALAVRAS (à Heloísa)

247. Ler

Virou e revirou o livro entre as mãos, com uma persistência e lentidão de carícia, o olhar toldado de dourado. Só depois o abriu e folheou sem pressas, de trás para diante, o olhar aceso de curiosidade e espanto. Finalmente, leu e releu o livro com amor crescente. Por mais estranho que pareça, a verdade é que nunca colocou a si mesmo uma pergunta óbvia: Quem, no acto de leitura, experimenta o prazer mais intenso? O leitor ou o livro?

248. Falar

Não tenho nada contra falar, podemos falar de coisas muito importantes, como por exemplo literatura, política e amor, mas é de longe preferível fazer, pois só no fazer as perguntas e as respostas ganham verdadeiro sentido. Assim falou um dia certo guru aos seus alunos, e todos concordaram em silêncio, sobretudo os que, e foram muitos, ainda ele mal se calara e já tinham esquecido as suas palavras. [Escusado acrescentar que o melhor aluno é aquele que supera o mestre.]
 
29.5.03
 
PEQUENAS HISTÓRIAS DE OUTROS MUNDOS

244. Uma história sempre igual

Naquele planeta distante não existia vida de espécie alguma, tudo era silêncio e tranquilidade. Mas isso durou pouco tempo, pouco mais do que aquele que levou construir um centro de meditação com capacidade para cerca de cinquenta milhões de seres inteligentes e sofisticados. Mais tarde, quando aconteceu ao planeta ficar de caminho, foi transformado num gigantesco centro comercial. No outro dia passei por lá, por mero acaso, e espero nunca ali voltar enquanto for vivo.

245. Uma história que se repete

Os primeiros colonos chegaram ao planeta muito pouco tempo depois do desaparecimento dos últimos autóctones, foi só o tempo de os despachar, rapidamente e sem custos ou consequências de maior. Foi um ar que se lhes deu, disse o supremo comandante, mas na verdade tinha sido exactamente o contrário, haviam morrido asfixiados, mostrando as belas línguas azuis aos invasores. Infelizmente há muitas pessoas que nem na morte conseguem ser bem-educadas.

246. Uma história em nada diferente

Percorreu sem pressas todo o universo e mais além à procura do verdadeiro amor, mas a sua busca não lhe trouxe quaisquer novidades. O verdadeiro amor já não existia em lugar algum, já nada era verdadeiro, tudo era agora uma imensa cópia de uma ideia dourada há muito perdida. Adeus!
 
27.5.03
 
TER E SER (à Sue)

241. Uma história muito óbvia

Um homem resolveu perguntar a si mesmo o que tinha, e a resposta foi deveras surpreendente: não tinha ideias, não tinha vontade e não tinha amor por ninguém. Percebeu que tinha pouco, muito pouco, essa era a verdade, mas, apesar disso, descobriu que podia pensar muito, querer muito e amar muito. Acreditou então que quanto menos tivesse mais poderia ser.

242. Uma história muito vulgar

O que fazemos já pouco conta, o que importa hoje não é aquilo que somos, mas aquilo que parecemos ser. As atitudes são, cada vez mais, simples meios para alcançar fins, na verdade um único fim, o prazer total e solitário. Foram estas as últimas palavras do cantor do momento, antes de morrer novo e belo. Pelo menos foi o que se disse. Fosse como fosse, a verdade é que as vendas subiram em flecha.

243. Uma história muito estúpida

Era um homem muito infeliz e atormentado, até ao dia em que deixou de ter problemas e passou apenas a preocupar-se. Foi uma transformação inesperada e súbita e não a compreendeu muito bem, mas isso pouco importava, sentia-se leve, irrelevante e estupidamente livre. [Esta história não é exemplo para ninguém e dela cada um poderá tirar o proveito que quiser.]
 
26.5.03
 
240. Moto continuum

De dentro para fora o sorriso cresceu anunciando a todos a completa alegria daquela mulher. Mas há sempre um momento em que é preciso deixar tudo para trás, e o sorriso não escapou à regra. A mulher ficou muito triste e, de fora para dentro, as suas lágrimas inundaram-lhe a alma e afogaram-lhe a tristeza. E tudo começou de novo.

239. Juntos para sempre

Contra todas as previsões, nunca se separaram até ao fim. Morreram apenas três dias depois, num acidente de viação, quando regressavam da lua de mel, e tudo aconteceu tão de repente que nem tiveram tempo de se rir das palavras que tanto os tinham emocionado dias antes: Até que a morte os separe. Foram enterrados juntos, e mais não digo.
 
25.5.03
 
ESCREVER (ao Alysson)

237. Histórias

É fácil escrever uma pequena história mesmo quando nada se tem para dizer, pelo menos foi assim que ele pensou, e meteu mãos à obra, mas logo descobriu que era mais complicado do que tinha imaginado ao princípio. Em primeiro lugar era preciso começar, isso era fácil, mas depois era preciso continuar, e isso era ainda fácil mas já mais difícil, e finalmente era preciso acabar, e isso era o mais difícil, porque o fim deve, ao mesmo tempo, justificar o início e abrir novos começos. É muito difícil escrever uma qualquer história, sobretudo se nada se tem para dizer!

238. O princípio do fim

Começou a escrever no Outono e atravessou sem custo o Inverno, dia após dia, mês após mês, e assim o tempo foi passando sem custo. Quatro centenas de páginas depois já mal se lembrava do princípio e soube então que tinha chegado a hora. O fim deveria ser tão recordado como o início, porque ele contém em si novos e prometedores princípios, declarou solenemente a si mesmo o escritor antes de pôr fim à história com um último ponto. [A moral desta história tem um fim e também um princípio: os fins não justificam os meios, mas sim os princípios!]

 
22.5.03
 
236.

Sentia a cabeça cheia de nada, mas decidiu escrever, como se a escrita lhe pudesse aclarar as ideias em falta. Escreveu pouco, muito pouco, descrevendo minuciosamente o que sentia, mas na verdade as suas palavras foram quase tão insignificantes como os seus pensamentos. [A moral desta história é: pouca coisa é mais que coisa nenhuma!]

235.

Sentia-se só, não aquele tipo de solidão em que lamentamos não estar acompanhados, mas sim aquele estado em que temos a certeza da nossa individualidade. Sentou-se e ficou imóvel, nada fazendo, pois ele bem sabia que só quando nos esquecemos de nós mesmos é que deixamos verdadeiramente de estar sós.

234.

Ela ensinou-lhe tudo o que sabia, com muito rigor e paciência, e os resultados pareceram-lhe óptimos. Mas saiu-lhe o tiro pela culatra! A partir daí ele continuou a nada fazer, e tornou-se ainda mais exigente nas lides domésticas. [Moral da história: talvez querer seja poder, mas poder não é querer.]

 
20.5.03
 
233. Felicidade infeliz

O amor que sinto por ti morreu, declarou-lhe ele, mas sabia que o amor que sentia por ela estava vivo, e embora não mentisse a si mesmo também não estava a dizer a verdade. Durante muito tempo tudo fez para decifrar aquele enigma, e acabou por concluir, vencido, que estava perante mais um daqueles paradoxos em que a sua vida parecia ser fértil. Mas na verdade a resposta era simples e inequívoca, ele é que não a queria aceitar. Como todos os amores infelizes, aquele não tinha onde cair morto, e essa era a única razão que o mantinha vivo.
 
18.5.03
 
232. Livro de bolso (ao Jorge)

Era uma vez um livro que vivia num confortável bolso do casaco dum leitor, e onde um ia o outro ia também. A leitura durante as longas viagens de autocarro ou nos breves momentos passados nos cafés era-lhes já rotineira, mas às vezes também lhes aconteciam agradáveis surpresas: um banco de jardim ou uma esplanada à beira do rio. E assim o livro ia vivendo despreocupado, uma página depois da outra, limitando-se a ser quem era. [A moral desta história é aquela que o fino leitor sem dúvida já antecipou: um livro sem um leitor não é ninguém! E vice-versa.]
 
16.5.03
 
231. Um homem e uma mulher

Um homem e uma mulher é uma história de sempre. Basta evocá-los para que uma história comece, sempre nova e eternamente a mesma. Façam-me então esse favor. Estão já a imaginá-los? Tomem bem atenção! Repararam como passaram a ser um ainda que continuem a ser dois? O amor e a sua impossibilidade, eis o enigma que todos os amantes têm de decifrar, e o homem e a mulher desta história que aqui começaria não são em nada diferentes dos outros. [Pois é, nada mais óbvio, quem é que desconhece que o amor é um enigma? Nem sei porque o repeti!]
 
 
230. Hein!

Vive há muito tempo recolhido em si mesmo e habituou-se a temer e a odiar o exterior com todo o seu ser. Já o irmão é tudo aquilo que ele não é, até faz impressão vê-los assim tão diferentes e inacessíveis. No entanto, uma coisa é certa, as diferenças e a difícil comunicação entre os dois não impede que onde está um esteja sempre o outro. Na verdade, são inseparáveis, o eu e o não-eu. É assim a vida, o que nos separa é ao mesmo tempo o que nos une: acho que esta é a moral desta pequena história!
 
15.5.03
 
229. Ler e escrever (ao António)

Fechou-se sozinho na biblioteca que lhe levara anos a construir, e leu e escreveu durante tanto tempo que, quando finalmente regressou ao mundo, já ninguém se lembrava dele, e ele ninguém conhecia ou queria conhecer. Encerrou-se de novo na biblioteca e veio-lhe então à memória uma frase há muito esquecida: Quem lê e escreve nunca está só. [E não fiquem à espera que eu lhes diga qual é a moral desta história, leiam-na outra vez!]
 
14.5.03
 
228. Nirvana (ao Alexandre!)

Sentiu o vazio instalar-se e, pouco a pouco, o exterior e o interior fundiram-se e confundiram-se. Chegou até a deixar de pensar e sentir, como se estivesse na mais completa sintonia com o universo. Mas não era Nirvana, era apenas um grande cansaço e um pouco de desilusão; isto foi o que ele pensou e sentiu depois! Nada que um bom par de horas de sono não conserte, disse a si mesmo antes de adormecer.
 
12.5.03
 
227. Comentar (ao Renan, sim, outra vez!)

Era uma vez um homem que foi aclamado como o mais exímio comentador da sua geração. O forte brilho dos seus comentários era de tal forma temido, que se conta terem chegado certos autores a contratar um assassino profissional para acabarem de vez com o seu sofrimento. Seja como for, o que é certo é que um dia ele cedeu ao desafio de se tornar ele mesmo um autor, e escreveu um livro. Todos foram unânimes em declarar que se tinha perdido um óptimo comentador e ganho um péssimo autor. Ele nem se dignou comentar, na verdade nunca mais comentou.
 
 
226. Amor

Quando ela lhe perguntou se a amava, ele respondeu sem hesitação que sim. Quando ela lhe perguntou porquê, ele engoliu em seco, e ficou calado mesmo depois da veemente insistência dela para que lhe respondesse: Porquê, diz-me porquê, e não te atrevas a dizer-me que é por eu ser bela ou qualquer outra banalidade! Foi-se embora muito desapontada, e pouco tempo depois casou com um homem que não teve qualquer dificuldade em lhe recitar as mil e uma razões do seu amor; no entanto, para infelicidade de ambos, ele não a amava. [E a moral desta história é óbvia e pueril: o amor é cego mas também pode ser surdo.]
 
11.5.03
 
225. Felicidade

A-mo-te, disse ele, em voz baixa, soletrando a palavra com exagerada solenidade, mas pareceu-lhe ouvir ma-mu-te, e franziu as sobrancelhas. Depois disse apenas a-mo, mas logo respondeu para si mesmo: se-nhor! Calou-se então, fechou os olhos, e esperou que a imagem dela se tornasse definida e nítida. Só nesse momento pensou e sentiu verdadeiramente que a amava. Ela nunca soube disso, na verdade quase nem dava por ele, mas, ainda que por breves instantes, ele amou-a e o amor existiu nele. Foi feliz, não para sempre, é certo, e não com ela, mas foi feliz, repito, disso tenho a certeza.
 
10.5.03
 
Acredito que o autor deve, tanto quanto possível, permanecer oculto atrás da obra, não fazendo qualquer diferença se, como neste caso, a obra é um blog, um blog de pequenas histórias que tenho vindo a escrever e a afixar aqui, a esmagadora maioria neste momento, e ainda de algumas que estas de alguma forma ajudaram a criar e que, juntando-se também à contagem, estão nos blogs dos seus autores e são aqui apenas linkadas. Mas nada disto é novidade para quem acompanhe este blog desde há algum tempo. Queria apenas acrescentar duas coisas às que aqui já disse, fora das pequenas histórias, a título de esclarecimentos. Uma, é dizer que as histórias com dedicatória (com endereço) são em regra histórias que, de alguma forma reflectiram algo que essa pessoa disse ou escreveu e, quando possível, incluo o respectivo link. Outra, é que tenho afixado pequenas histórias quase diariamente, o que às vezes me incomoda, isto porque a única obrigação que quero sentir é a necessidade de escrever e não a de postar. Assim, e até por motivos ligados à qualidade que pretendo manter, é natural que abrande o ritmo de publogação, ou, pelo menos, faça o possível para me esquecer dele. Ao fino leitor que aqui chegue pela primeira vez fica pois a sugestão de viajar no passado do blog e ler as histórias que não se apresentam de imediato no ecrã, e o mesmo conselho para os que aqui vêem habitualmente, releiam as pequenas histórias, voltem ao princípio. E eis que desapareço de novo, com a sensação que mais teria valido ter ficado calado. Querem ler mais sobre o assunto? Vão aqui.
 
9.5.03
 
mais uma, sim, mais uma (do Joseph Kern), é a 224. e está...

aqui

 
8.5.03
 
223. Deus e o Diabo (à Cynthia)

Todos nós sabemos que Deus criou os alimentos e o Diabo os condimentos, mas o que muitos ignoram é que os dois muitas vezes confeccionaram em conjunto refeições sublimes, capazes de alimentar, ao mesmo tempo e por inteiro, o corpo e a alma. Isto até que se zangaram, nem se sabe bem porquê, mas a partir desse momento começou o declínio da verdadeira arte de bem cozinhar, ainda que a gastronomia actual se arrogue tanto mais divina quanto mais diabólicos são os acepipes apresentados. [Esta história não tem moral absolutamente nenhuma, nem uma pitada, acrescente pois o leitor quanto baste.]
 
7.5.03
 
222. Um homem

Era uma vez um homem que pensava de menos e sentia de mais, e esse facto aborrecia-o. Leu muito e mais estudou, até que um dia se apercebeu que pensava de mais e sentia de menos, e esse facto ainda mais o aborreceu. [E a moral desta história é muito simples e perturbadora: sentimo-nos muito melhor quando não pensamos nisso.]
 
6.5.03
 
221. A cigarra e a formiga

No Inverno, quando a cova onde vivia ruiu, todo o trigo armazenado pela formiga no Verão se perdeu, deixando-a na penúria. Por essa altura, vivia a cigarra no mais completo luxo, após ter assinado um contrato bilionário: as cantorias de Verão tinham dado os seus frutos. É talvez de estranhar, mas foi assim que aconteceu, ter a formiga procurado a cigarra e esta a ter logo acolhido e tratado como igual. Foram as duas muito felizes e viveram juntas para sempre. [Reparo agora que esta história tem um indiscutível happy end, mas parece também ter uma duvidosa moral gay! Será?]
 
5.5.03
 
220. Homem dividido

Era uma vez um homem tão dividido que era ao mesmo tempo duas pessoas completamente diferentes, ao ponto de terem opiniões diferentes, hábitos diferentes e apresentarem-se até de forma diferente. Isso nunca o preocupou muito, vivia feliz e adaptado, mas, às vezes, muito poucas, sentia uma ténue angústia por ter de comprar o vestuário a dobrar e este já mal lhe caber nos armários. [E a moral desta história não pode deixar de ser esta: homem dividido veste por dois.]
 
3.5.03
 
219. O charuto (ao Fumaças)

Abriu o humidificador e dele retirou um havano feito integralmente à mão: 142 mm de comprimento, 16,67 de diâmetro e 9,3 gramas de peso. Todos os seus gestos eram de puro deleite, lentos e cheios de significado. Rasgada a cinta, deteve-se na contemplação da capa que aconchegava com firmeza a tripa. Depois, rolou o charuto entre os dedos e aproximou-o do rosto. Sentia-se especial, muito especial, e demorou-se na antecipação da chama que lhe incendiaria irremediavelmente o ser e o dissiparia suavemente em fumaças. [A moral desta história é: o charuto é o complemento perfeito para um estilo de vida pensante.]
 
2.5.03
 
218. Chá por whisky (ao Cruzes Canhoto)

Esta história aconteceu no tempo em que os polícias, os da secreta, é claro, andavam vestidos de fato-macaco e tinham por hábito frequentar boites, as mesmas boites onde os operários iam depois do trabalho para desopilar. Um certo dia, ainda o inspector-chefe mal tinha começado a bebericar o seu primeiro whisky, quando se levantou congestionado e gritou para quem quis ouvir: ISTO NÃO FICA ASSIM! Foi a investigação mais rápida da famigerada história da instituição, em menos de duas horas foram presos centenas de responsáveis pela venda de chá por whisky. Terão apenas escapado alguns ciganos, cerca de meia dúzia.
 
 
217. A arte de amar (à Cláudia)

Era uma vez uma mulher que amou tanto e tão perdidamente que se tornou mestre na arte de amar. O seu segredo era simples e revela-se em poucas palavras: viu sempre os seus amantes como flores. Estão a perceber? Não? Vou tentar explicar melhor. Imaginem uma flor, uma qualquer, e imaginem também que acreditam na jardinagem como uma arte. O que fariam por essa flor? Deixem-me responder-vos. Cuidariam de todas as suas necessidades, atentariam em cada um dos pormenores, e, o mais importante, não quereriam que ela fosse outra coisa senão ela mesma. Foi desta maneira simples que ela sempre tratou os seus amantes; no entanto, muitas vezes, ainda se interrogava se sabia amar.
 



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... a ficção no seu mínimo...

Luís Ene

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