233. Felicidade infeliz
O amor que sinto por ti morreu, declarou-lhe ele, mas sabia que o amor que sentia por ela estava vivo, e embora não mentisse a si mesmo também não estava a dizer a verdade. Durante muito tempo tudo fez para decifrar aquele enigma, e acabou por concluir, vencido, que estava perante mais um daqueles paradoxos em que a sua vida parecia ser fértil. Mas na verdade a resposta era simples e inequívoca, ele é que não a queria aceitar. Como todos os amores infelizes, aquele não tinha onde cair morto, e essa era a única razão que o mantinha vivo.