225. Felicidade
A-mo-te, disse ele, em voz baixa, soletrando a palavra com exagerada solenidade, mas pareceu-lhe ouvir ma-mu-te, e franziu as sobrancelhas. Depois disse apenas a-mo, mas logo respondeu para si mesmo: se-nhor! Calou-se então, fechou os olhos, e esperou que a imagem dela se tornasse definida e nítida. Só nesse momento pensou e sentiu verdadeiramente que a amava. Ela nunca soube disso, na verdade quase nem dava por ele, mas, ainda que por breves instantes, ele amou-a e o amor existiu nele. Foi feliz, não para sempre, é certo, e não com ela, mas foi feliz, repito, disso tenho a certeza.