232. Livro de bolso (ao Jorge)
Era uma vez um livro que vivia num confortável bolso do casaco dum leitor, e onde um ia o outro ia também. A leitura durante as longas viagens de autocarro ou nos breves momentos passados nos cafés era-lhes já rotineira, mas às vezes também lhes aconteciam agradáveis surpresas: um banco de jardim ou uma esplanada à beira do rio. E assim o livro ia vivendo despreocupado, uma página depois da outra, limitando-se a ser quem era. [A moral desta história é aquela que o fino leitor sem dúvida já antecipou: um livro sem um leitor não é ninguém! E vice-versa.]