217. A arte de amar (à Cláudia)
Era uma vez uma mulher que amou tanto e tão perdidamente que se tornou mestre na arte de amar. O seu segredo era simples e revela-se em poucas palavras: viu sempre os seus amantes como flores. Estão a perceber? Não? Vou tentar explicar melhor. Imaginem uma flor, uma qualquer, e imaginem também que acreditam na jardinagem como uma arte. O que fariam por essa flor? Deixem-me responder-vos. Cuidariam de todas as suas necessidades, atentariam em cada um dos pormenores, e, o mais importante, não quereriam que ela fosse outra coisa senão ela mesma. Foi desta maneira simples que ela sempre tratou os seus amantes; no entanto, muitas vezes, ainda se interrogava se sabia amar.