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As ondas vêm e vão
inspiro.
atento à sensação
produzida nas narinas
pelo ar que entra.
expiro.
atento à sensação
produzida nas narinas
pelo ar que sai.
inspiro.
a partir do ventre,
a centímetros do umbigo,
o tórax enche.
expiro.
a partir do ventre,
a centímetros do umbigo,
o tórax esvazia-se.
inspiro, expiro.
respiro.
deixo-me respirar,
nada mais.
mas, de repente, forço-me a respirar,
e inspiro e expiro com aparato,
descontrolado,
o equilíbrio perdido.
recordo-me então
que as ondas vêm e vão,
e deixo-me ir, deixo-me ir.
inspiro, expiro.
respiro.
deixo-me respirar.
não estou ansioso, nem calmo,
nem triste, nem feliz.
respiro, nada mais…
e as ondas vêm e vão.