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Era uma vez um homem que tinha sempre a boca cheia de palavras, e se a abria lá se iam elas, nunca sabendo o que dizia, e se a fechava, quase se engasgava, correndo o risco de sufocar. E assim viveu, umas vezes de boca aberta e outra fechada, mas sempre, sempre, sempre cheia de palavras, que nada podia fazer.