Para a minha filha Laura que, tal como eu, não percebe nada de poesia.
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O poeta queria escrever um poema, mas por mais que tentasse não o conseguia. Tinha a estranha sensação de que faltavam palavras que não podia dispensar. Procurou-as com determinação, em si e nos muitos livros que amava, mas em vão. A leitura exaustiva de vários dicionários também de nada adiantou. Só então o poeta pareceu cair em si, sentou-se à mesa de trabalho e escreveu num ápice o primeiro de uma série de poemas silenciosos.