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Passou quase todos os dias da sua vida e a maior parte das horas de cada dia naquele quarto exíguo e mal iluminado. Quando lhe perguntavam porque se escondia do mundo, o que acontecia com frequência, sorria e respondia em silêncio a si mesmo: se todos vivemos encarcerados, o que me parece indiscutível, talvez a verdadeira liberdade se limite a escolhermos a nossa própria prisão. Seja como for, ele só ali entrava e permanecia quando bem queria e lhe apetecia, mas a verdade é que fosse ele prisioneiro naquele lugar, e nada o impediria de ser tão livre quanto era.