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Há muito, muito tempo, viveu numa pequena aldeia no cruzamento de vários caminhos um homem que tudo via e ouvia e tudo contava. Os que por ali passavam, e muitos iam de propósito, gastavam todo o seu tempo a escutá-lo. E apesar de nunca ter viajado, as suas histórias correram mundo, e muitas vezes a ele voltaram, como filhos pródigos, que ele de novo lançava ao mundo. E nisto consumiu afinal toda a sua vida, quase se esquecendo de viver. Uma moral que daqui se pode retirar é que um homem pode ir longe mas uma história não conhece distâncias.