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Aconteceu a um homem perder a memória de quem fora, mas nem por isso deixou de ser quem era. E ainda que desconhecesse quem fora, ou talvez nunca o tivesse realmente sabido, a verdade é que todos o continuavam a reconhecer naquilo que fazia. Notaram que passou a falar muito menos e estava mais sereno, mas no essencial não mudara. Ele, por seu lado, nem tentou saber quem fora e limitou-se a ser quem era.