469. OS MEDOS
Deixou os medos em casa, como sempre fazia, mas desta vez eles vieram atrás dele, e por mais que lhes implorasse para voltarem para trás, de nada serviu o seu choro e os seus soluços de desespero. É que pior que ter medos é que os outros saibam disso, pelo menos era o que ele acreditava. O homem fingiu então que não era nada com ele, esboçou um sorriso e caminhou com passos decididos. Para sua admiração, os medos ficaram para trás, e quando voltou a casa não estavam lá. Às vezes avista-os, mas ignora-os, e os medos ignoram-no também.