456. Um escritor triste (à Faíza)
O homem alto e louro despiu a camisola, depois a camisa, e estendeu-se na relva. Um escritor melancólico que por ali passava foi surpreendido por aquela visão. O azul da ganga, o branco do corpo, o louro do cabelo, o sorriso luminoso, tudo isso lhe pareceu o espelho fiel daquele dia de sol de Inverno em Lisboa. Muito tempo pensou nisso, sentindo que tinha sido tocado por uma verdade profunda, e o certo é que a partir daí a sua escrita nunca mais foi triste. [A moral desta história é muito simples, tão simples que nem precisa de ser enunciada.]