432. Da certeza
A morte é certa, diz-se, e esta seria a única certeza, mas um homem pensou um dia de forma diferente, e concluiu que estar vivo era a sua única certeza, e a partir daí nunca mais pensou na morte, e vivia feliz e despreocupado. Mas a Morte, ao saber desse insólito, apressou-se a ir ter com ele. O homem recebeu-a cordialmente, ofereceu-lhe chá de maça e canela e bolinhos de gengibre, e durante muito tempo falaram de mil e uma coisas. E quando ele afinal lhe perguntou se estava na hora, ela respondeu-lhe ainda não, despediu-se, e saiu quase feliz.