399. O tédio
O escritor: falava sem parar. Os leitores: ouviam-no. Os livros: ora se fechavam ora se abriam, silenciosos, perplexos, ansiosos por serem lidos, e no entanto ignorados por aqueles que ali se tinham reunido por amor à leitura. Por muito tempo assim estiveram: escritor, leitores e livros. Mas a palestra durou ainda uma eternidade e os livros adormeceram a meio. Ninguém deu por nada, é verdade, estavam demasiado atarefados a falar de livros e de leituras.[A moral desta história é um importante cânone, apesar de muitas vezes negligenciado e esquecido: Os livros não têm outras expectativas ansiosas para além da leitura.]