396. A verdade
Um romance que nos convença da sua verdade é verdadeiro. Tão verdadeiro como um sonho, vivido a dormir ou acordado. Isto pensava um escritor, e pensava-o com muita seriedade e compenetração, como é próprio dos escritores sérios e compenetrados, no fim de contas os verdadeiros escritores. Mas aos leitores pouco importa, pois não deve haver nenhum que não saiba que a literatura é a única utopia realizável. [A moral desta história é o que é mesmo que não o seja: Se é verdade que não é possível mudar o mundo, ainda é mais verdade que podemos sempre imaginá-lo mais verdadeiro.]