mil e uma pequenas histórias
395. A felicidade
Ergueu a taça e olhou sem pressas a limpidez e a luminosidade do líquido. Depois, sem mais, agitou-a em círculos preguiçosos, e aspirou discretamente o aroma estremunhado. Finalmente bebeu um gole longo e exagerado que o deixou quase sem fôlego. E riu. Riu do momento, riu das palavras que apenas dizem a sua verdade, riu de si. Riu afinal porque estava vivo, e essa sensação era ao mesmo tempo doce e amarga, simples e complexa - era maravilhosa até na sua aparente banalidade. [A moral desta história é muito elegante: A felicidade é uma taça plena que se bebe aos poucos.]