I CHING
386. Table dance
Ela dizia sempre que não, apesar de o dizer muitas vezes com um sim no olhar. E, desta forma, alimentava-lhes o sonho e raramente perdia um cliente. [A moral desta história é muito comercial: o sonho é um crédito duradouro.]
387. Orelha de honra
Um homem mordeu a orelha a outro até lhe arrancar um bom pedaço. E não foi uma dentada de amor, ainda que excessivo e mordaz, mas de pura e simples raiva, pois de uma briga máscula e viril em defesa da honra se tratou. [É caso para dizer, vão-se as orelhas mas fique a honra.]
388. […]
O silêncio fala, mas afinal o que é o silêncio? O homem estava sentado, tranquilo, e pensava assim, mas na verdade os seus pensamentos nada eram senão uma brisa suave no silêncio do seu ser. [A moral desta história é barulhenta: estar em silêncio não é igual a estar calado.]