393. (à Maria João)
Começa-se sempre a contar uma história pelo princípio, mas como o princípio é onde se começa a contar, pode muito bem começar-se pelo fim que não fará diferença. E não sei se não se não se deveria sempre fazê-lo, começar pelo fim e ir por aí adiante até ao princípio, pois talvez só assim se escape à ilusão da causalidade. Certo homem morreu de velhice. Tinha cinquenta anos quando desistiu de lutar. No exacto dia em que fez trinta anos era um homem realizado. Aos seis anos nunca se cansava de brincar. Nasceu em silêncio, aos primeiros raios da manhã!