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A única certeza é que toda a vida é mudança, e assim sendo todas as mudanças nada mais são que certezas de vida. Assim pensou o homem, e no preciso momento em que assim pensava o mundo estava vivo e mudava, e tão rápido o fazia, que o que ele pensava já nada queria dizer, porque era como se o seu objecto fosse e não fosse já o mesmo. [Se o leitor se sentir confuso não estranhe, porque também assim se sentia o homem de que falo, e afinal todos os que ousam aproximar-se do paradoxo que o mundo é.]