358. (à Amália)
Ela não aguentava mais, foi isto que lhe disse, e a afirmação continha uma pergunta. Ele não soube o que lhe responder, ou talvez soubesse bem demais que as suas palavras de nada serviriam se ela não as repetisse com a sua voz, mas falou, falou que se tem de aprender a aceitar o que não podemos solucionar, que devemos viver com pouco peso na alma, que o prazer faz sempre fronteira com a dor, e o desespero com a esperança. Ela escutou-o sorrindo, o sorriso mais triste e mais belo que ele alguma vez tinha visto. E sentiram-se felizes...