BLOGUICES (ao
socioBlogue)
292.
Era uma vez um blog e o seu dono, ou seja, o Nelson e o blog do Nelson, e todos os que os conheciam comentavam que um era a cara do outro. Na verdade, o que um dizia, o outro dizia também, e chegou mesmo um dia em que se tornou impossível distingui-los, sobretudo para aqueles que melhor os conheciam. [A moral desta história é um intrigante axioma: o blog é o dono do blog.]
293.
O blog começou por ser pequeno, mas logo cresceu rapidamente, post a post, até ser aquilo que hoje é, um longo registo de pequenas recordações de duvidosa importância. Foi isto que o seu dono pensou, e ponderou até apagá-lo, mas era um homem muito esquecido, e o blog tinha uma memória extraordinária. [A moral desta história não oferece quaisquer dúvidas: se tens má memória, confia então na do teu blog.]
294.
O dono do blog só percebeu que estava a perder o controle quando voltou a publicar as primeiras entradas e foi por aí adiante. Durante muito tempo ficou a pensar o que devia fazer. Mas o melhor foi que ninguém deu por nada, e o blog deu várias voltas sobre si mesmo, qual Fénix renascida. Para o dono foi um santo descanso: nunca mais teve de se preocupar verdadeiramente com a actualização do seu blog. E viveram felizes para sempre.