312. Sempre tão perto e tão longe
Colocou-se no exacto centro entre dois pontos, e várias vezes olhou de um para o outro, interrogando-se de qual estaria ele mais de perto e de qual estaria ele mais longe. Apesar de saber muito bem que estava à mesma distância geométrica dos dois pontos, também sabia que só ele mesmo poderia dar uma resposta efectiva quanto à verdadeira distância que o separava de cada um deles. Pouco demorou até que, ao mesmo tempo que o seu olhar deslizava num vaivém, o homem começasse então a repetir num suave murmúrio esta ladainha: tão perto, tão longe… tão perto, tão longe…