296. Pequenas histórias
Era vez um homem que há muito escrevia pequenas histórias, e era considerado um mestre nessa arte, mas nunca sabia bem o que dizer quando lhe pediam conselhos sobre como as contar. Então, um certo dia, reuniu todas elas e pediu-lhes uma opinião. Após uma acalorada discussão, foram aprovadas, por unanimidade, três recomendações: uma pequena história não deve, de forma alguma, ambicionar ser grande; uma pequena história deve conter, no mínimo, duas ideias fortes, de preferência antagónicas; uma pequena história deve sempre corresponder a uma necessidade. Falou-se bastante de harmonia e contraponto. E também de contenção. Muita contenção. E equilíbrio.