O homem que não sabia mentir (ao Paulo)
Era uma vez um homem que não sabia mentir, mas isso não quer dizer que falasse sempre verdade, era apenas honesto, o que já era em si mesmo uma grande virtude. De todos os lados chegavam visitantes sem parar. Perguntavam-lhe muitas coisas e ele a tudo respondia sem mentir. É claro que às vezes dizia grandes disparates, mas a maior parte do tempo respondia que não sabia, pois sabia muito pouco e tinha muito pouco para dizer. As pessoas gostavam de o ouvir, dava-lhes um certo sentido da realidade, mas depressa se cansavam. Um homem que só diz o que sabe pode ser muito aborrecido. [A moral desta história é tão antiga como ela. Não fales quando podes estar calado, não estejas calado quando podes falar; só desta maneira conseguirás nunca aborrecer ninguém de morte.]