AOS QUE CHEGARAM ATÉ AQUI
Cento e oitenta e duas histórias depois, sinto que chegou a altura de contar a história deste
blog. É mais uma história, talvez a última que aqui afixo, ou apenas outra antes de continuar, não sei, muitas vezes só é possível seguir se contarmos a história do que foi.
Custa-me a acreditar que sejamos quem fomos; somos quem somos a cada momento, mas a história de quem fomos tem muitas vezes de ser contada para que possamos verdadeiramente ser quem somos.
As pequenas histórias que aqui podem ser lidas contam elas mesmas a história deste sítio, e fazem-no muito melhor do que eu alguma vez poderei, mas existem outras histórias por trás destas que eu mesmo quero contar.
A primeira história foi afixada no dia de vinte de Agosto de 2002, portanto a data oficial do nascimento do Mil e Uma Pequenas Histórias. A essa história devia seguir-se mais uma... e mais uma... até fossem mil e uma. Não são, neste momento, mil e uma, mas são muitas, são cento e oitenta e duas pequenas histórias.
Se o Mil e Uma tem a sua história, também as pequenas histórias têm a sua, e talvez eu deva começar por dar breves indicações da sua genealogia. No início eram quatro ou cinco, escritas de encomenda com cem palavras cada. Estas histórias perderam-se, mas nunca as esqueci. Depois, anos mais tarde, surgiram trinta pequenas histórias que alcunhei de proveito e de exemplo e a que se juntou mais uma passando a ser trinta e uma. Algumas delas foram publicadas primeiro mas todas vieram depois a ser afixadas aqui.
A primeira ideia era simples e resumia-se a ir somando sempre uma história, afixada na maior parte dos casos na data em que era escrita. Percebi pouco a pouco que estava a escrever um diário, pois se cada história estava datada, e sempre que escrevemos falamos de nós, estas histórias falam sem dúvida do que por esses dias senti, pensei, li, do que vivi afinal. Essa percepção foi tão importante para mim que passei a descrever este blog como um diário mínimo, um diário de pequenas histórias.
A história destas histórias e deste blog é também a história da minha viagem pelo universo dos
blogs e do que por aí fui aprendendo. Este será sempre o meu primeiro blog.
O Mil e Uma foi-se transformando à medida que o meu conhecimento da tecnologia aumentou, pouco, muito pouco, mas o suficiente para, entre outras coisas, o abrir cada vez mais ao exterior.
Ainda que não volte a afixar aqui mais uma história, acredito que este blog não está morto, cada visitante será um novo fôlego, quer deixe ou não sinais da sua passagem. A propósito, agradeço mais uma vez a todos aqueles que de uma forma ou outra fizeram ecoar o Mil e Uma.
Confesso que gostava de ver aqui mil e uma histórias e até ponderei se não seria boa ideia abrir este blog apelando à participação de todos para que esse desejo se tornasse realidade.
Esta história já vai longa de mais para um blog que se diz de pequenas histórias. E se o blog vai continuar, não sei, essa é uma história que não pode ser contada agora. Até lá...