169.
Uma cadeira, igual a todas as cadeiras daquela sala, decidiu certo dia não deixar que a voltassem a usar. A partir daí, sempre que alguma pessoa tentava sentar-se nela, logo ela dobrava uma das suas quatro pernas ao acaso, derrubando sem apelo nem agravo a infeliz, tudo isto perante o espanto das outras cadeiras. Passado pouco tempo, foi substituída à força e mandada abater por insubordinação. As outras lamentaram então a sua má sorte, nunca mais se iam divertir tanto. [A moral desta
fábula é: o público deve apreciar o artista em vida. Ou outra.]