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Encontrei há pouco um contador de histórias. Queixou-se que as histórias nunca estão quietas e, como se isso não bastasse, são, na maior parte dos casos, demasiado pequenas ou demasiado grandes, circunstâncias que dificultavam sobremaneira o seu trabalho. Pareceu-me um homem irremediavelmente triste e desanimado.
Algumas histórias são tão miúdas que passam despercebidas até a um olhar treinado e experiente. Por isto se diz que é fácil contar pequenas histórias, mas primeiro é preciso encontrá-las.
As histórias só estão verdadeiramente contadas quando acabam, e algumas são enormes, tão grandes que seriam precisas várias gerações de contadores para completar a tarefa.
Que diferença fará se as histórias não forem contadas? Só assim existirão? Talvez aconteçam apenas, e a contagem seja irrelevante!
Como não sabia o que dizer-lhe, limitei-me a escutá-lo com atenção e simpatia. Mas já estava a pensar como poderia contar esta história aqui. Não cheguei ainda a qualquer conclusão.