146.
Faz hoje um ano que o meu amigo Rui caiu em si. Aconteceu de repente, sem qualquer aviso ou premeditação, apanhando-o completamente desprevenido, circunstância que em muito terá contribuído para o que veio depois. Claro que é preciso também não esquecer que ele não se conhecia a si mesmo muito bem: desprezava por completo a meditação e nunca reflectia com profundidade sobre os seus actos. Penso muitas vezes o que poderia ter feito para o ajudar, era um bom amigo e sinto muito a sua falta. Seja como for, o resultado mantém-se inalterado, desde então nunca mais ninguém o viu.