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Gostava de escrever à mão. Tinha canetas de muitas cores; uma era cinzenta, como os dias tristes, outra era de um azul que lembrava o início de um dia de sol. Eram na maior parte bojudas, mas também as havia surpreendentemente esguias. Costumava escrever em diferentes cores: gostava muito do verde e o lilás deixava-o sempre exuberante. Os seus textos eram muito diferentes uns dos outros, consoante a caneta. Não era que para cada texto usasse uma caneta diferente, era mais que cada uma delas escrevia os seus próprios textos. Os textos não eram grande coisa, as canetas eram excelentes.