127.
Leu a frase duas vezes, em dois locais diferentes, e gostou tanto dela que a quis para si. Abriu o velho caderno vermelho e escreveu-a com uma letra pequena e apertada: tudo é impermanente, da paixão à dor de dente. Já não tinha dentes, nem paixões, mas sabia que o mundo está sempre em constante mudança. Escreveu mais frases, mas assinalou aquela com uma flor de jasmim, o amarelo da flor sobre o branco da página, ou talvez fosse o contrário, o certo é que sempre piscava o olho direito, o único que conseguia piscar, antes de fechar o caderno.