113.
Partiu um espelho, abriu o guarda-chuva dentro de casa, saiu e passou por baixo de uma escada, ao mesmo tempo que um gato preto atravessava o passeio à sua frente. Nada lhe aconteceu, e quando regressou sobre os seus passos, vinha resmungando em voz baixa: superstição, superstição, superstição. Entrou em casa, pendurou o guarda- chuva no bengaleiro, e foi apanhar os estilhaços de vidro pelo chão. Foi então que se cortou na mão direita, e deixou-se ficar aparvalhado, o sangue a escorrer abundantemente para o chão. Foi o suficiente para conduzir à loucura o seu crocodilo de estimação, que estava muito sossegado a apanhar sol debaixo da janela. Engoliu-o de uma vez só. Teve azar, ainda nem tinha começado a digestão, e já estavam a abrir-lhe a barriga para retirar o dono. Nunca mais comeu ninguém numa sexta-feira treze. Há lições que os homens e os bichos não esquecem facilmente.