107.
O homem queria ser, desesperada e teimosamente, mas todos os átomos do seu corpo e do seu espírito se afastavam uns dos outros, a uma velocidade estonteante, em direcção ao nada universal. Não conseguia travar a expansão e sentia que o seu ser, agora estendido até ao máximo, não tardaria a perder a unidade que lhe conferia a sua identidade única e maravilhosa. Foi até onde podia ir e depois, sem transição, sem dor ou espanto, sentiu-se como que virado do avesso e já não era nada, tinha deixado de ser, mas apenas o que então fora, porque ainda era.