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No sábado de manhã, pouco passava das nove horas, o homem entrou no café pela entrada principal e atravessou-o até à saleta elevada, onde habitualmente toma o dejejum. À mesa do canto, junto à janela, estava outro homem, em tudo parecido consigo, que o ignorou, continuando a comer a sua torrada e a beberricar o seu café com leite. Ficou aborrecido e intrigado; mas o homem que chegara era o homem que já ali estava: um e outro ocupavam o mesmo espaço em tempos diferentes. Há dias assim, horas, até minutos, em que um são dois e dois são um.