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"O que é o amor", interrogou-se ele, dando início a uma interminável lista de perguntas. Até mesmo as respostas que obtinha originavam novas perguntas, numa incessante cadeia que cada vez se afastava mais da pergunta original e, quando a formulava de novo, para devolver sentido à sua investigação, tudo começava outra vez. Morreu sem ter conseguido uma resposta simples como a pergunta, ou, para quem não acredita na simplicidade, nunca a pergunta deixou de o ser, por completamente desnecessária. Diz quem esteve no seu leito de morte que as suas últimas palavras, as derradeiras, foram: “o que é o amor?”